Seca ainda é uma preocupação em Portugal e Espanha
18-05-2023

Padrão climático inflexível molda as perspectivas de colheita

A Europa continua a lidar com um padrão climático estagnado, apresentando uma grande divisão nas condições de cultivo em todo o continente. As regiões noroeste e central foram inundadas por fortes chuvas, enquanto a Península Ibérica persiste sob uma combinação dura de calor e seca, de acordo com o último boletim de safra do USDA.

Uma área estacionária de alta pressão sobre o nordeste da Europa bloqueou o padrão climático, mantendo um sistema de chuvas quase imóvel sobre o centro-sul da Europa. Este sistema produziu chuvas moderadas a fortes, variando de 10 a 75 mm, estendendo-se da Inglaterra e da França em direção ao sudeste até a Itália e os Bálcãs ocidentais.

Em algumas regiões do sul, principalmente no norte da Itália, as chuvas foram pesadas, trazendo entre 100-200 mm. Isso levou a inundações localizadas, mas também proporcionou algum alívio para as persistentes condições de seca da área.

As chuvas foram mais leves, entre 5-35 mm, na Hungria e no baixo vale do rio Danúbio. No entanto, as chuvas têm sido benéficas para as fases reprodutivas e de enchimento das lavouras de inverno.

Em contraste, a produção de grãos de inverno e oleaginosas na Inglaterra, França e Alemanha se beneficiaria de um período de clima mais seco e quente para atingir as atuais projeções de rendimento favoráveis. O bloqueio atmosférico sobre o nordeste da Europa manteve essas áreas de cultivo secas, promovendo o desenvolvimento de grãos e oleaginosas de inverno de estádios vegetativos para floração e auxiliando na semeadura e emergência de grãos de primavera.

Enquanto isso, na Península Ibérica, as condições da seca continuam a se intensificar, apesar das pancadas isoladas ao longo das costas norte e sudeste. A precipitação acumulada no ano na maioria das principais regiões de cultivo da Espanha foi relatada como a mais baixa já registrada nos últimos 30 anos, uma estatística angustiante para os produtores.

A gravidade da situação pode ser vista nos dados. Em 13 de maio, a Andaluzia havia recebido meros 25% da precipitação média, um déficit de 155 mm. Castilla La Mancha se saiu marginalmente pior, com apenas 23% da precipitação média, o que equivale a um déficit de 120 mm. Castilla y León recebeu apenas 46% da precipitação média, traduzindo-se num défice de 90 mm.

Outro fator que vem agravando o impacto da seca são as temperaturas acima do normal, especialmente nas lavouras de trigo e cevada de inverno no estádio de em enchimento e maturação. Apesar de estar um pouco mais frio do que nas duas semanas anteriores, as temperaturas médias ainda estão 2 a 6°C acima do normal. As máximas diurnas frequentemente atingem os 30°C nas áreas de cultivo do centro e do sul.

Esse padrão climático prolongado tem implicações para o rendimento das safras em toda a Europa, com regiões recebendo muita ou pouca chuva. À medida que avançamos na estação de crescimento, a necessidade de condições climáticas equilibradas torna-se cada vez mais crítica. 

Boletim elaborado pela equipe Agrotempo*

Por: AGROLINK

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