La Niña pode durar até 2023?
03-05-2022

O Fenômeno La Niña, que havia perdido força em fevereiro e março de 2022, voltou a se intensificar entre o final de março e todo o mês de abril com o deslocamento de águas mais frias das camadas mais profundas do Oceano Pacífico em direção à superfície na faixa tropical. Esse resfriamento fez com que o fenômeno em curso se mantivesse na classificação de fraca, já no limite da moderada, indicando que poderá persistir por mais alguns meses. É o que apontam algumas previsões de instituições especializadas.

Contudo, há divergências quanto ao seu prolongamento. Alguns modelos indicam que a La Niña deve atuar durante todo o inverno do hemisfério sul, outros indicam a possibilidade de se estender até o final de 2022 e há, até mesmo, aqueles que preveem La Niña até início de 2023. Entre todas essas previsões há basicamente dois fatos em comum. O primeiro deles é que, sim, há uma alta probabilidade de que a La Niña persista durante o inverno, oscilando entre as intensidades de fraca e moderada. Um segundo ponto que se deve levar em consideração é a propagação das incertezas que todos os modelos de previsão têm ao longo do tempo. Em outras palavras: quanto mais distante o período previsto, menor é a precisão dos modelos.

Nesse contexto, é razoavelmente seguro afirmar que teremos a La Niña durante a segunda metade da atual estação, outono, e boa parte da próxima, o inverno. Porém, neste momento, afirmar que teremos a manutenção do atual fenômeno até início de 2023, ainda que possível, é ter como base previsões com grau elevado de incertezas. Portanto, se faz necessário um olhar cauteloso e o acompanhamento constante do monitoramento das temperaturas no Pacífico Tropical, além das atualizações das previsões de longo prazo.

Tipicamente a La Niña, que é o resfriamento das águas do oceano pacífico tropical por vários meses, influencia nas chuvas em várias regiões do Brasil, potencializando o excesso de chuvas nas regiões Norte e Nordeste e aumentando o risco de seca ou de chuvas irregulares na Região Sul.


Influência na Agricultura

O La Niña é uma preocupação para algumas regiões produtores.

Em 2019, a falta de chuvas no final do ano fez com que o plantio de algumas culturas de grãos fosse adiada; e em algumas regiões, a estiagem fez com que produtores tivessem que recorrer ao replantio, causando um déficit financeiro.

Porém, mesmo com as projeções para o La Niña, as condições atuais na Região Sul são positivas, já que há um bom acúmulo de umidade no solo em consequências das recentes chuvas em março e abril.


Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia - INMET

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