RS: manejo de solo garante estabilidade de lavoura de milho em Vale do Sol
16-12-2021

A estiagem registrada no Rio Grande do Sul nos últimos meses tem afetado as lavouras, em especial as em que são cultivadas com o milho. Em Vale do Sol, as lavouras de milho dos agricultores Dilson e Silvia Thom, na localidade de Faxinal de Dentro, tem apresentado bom desenvolvimento. Isso se deve ao trabalho de manejo e conservação do solo realizado há anos pelos agricultores. "Iniciei com o manejo de solo para, em primeiro lugar, evitar a erosão. Em segundo, para conservar os macro e micro-organismos e manter eles no solo", relata Dilson.

O casal cultiva 15 hectares com o grão. A produção é comercializada para uma fábrica de ração do município de Gravataí e também para consumo na propriedade, na alimentação das criações de vacas leiteiras e suínos. Os agricultores realizam o cultivo em sistema de plantio direto e utilizam a rotação de culturas e uso da palhada como principais técnicas para a conservação do solo. "Um solo saudável reflete na boa produção", frisa o agricultor.

O casal utiliza a rotação de culturas nas lavouras. "Na lavoura que plantei milho esse ano, na próxima safra cultivo a soja", explicou. No inverno o casal realizou o plantio de aveia e azevém para a produção de palhada e, para o próximo ano planeja o cultivo de centeio. "Isso trouxe só benefício para as nossas lavouras. Economizo na utilização de adubos e tenho a palha que retém a água no solo. Mesmo com a estiagem a água permaneceu no solo. Com essa palhada perfeita e o plantio direto, vai mais de 15 dias com boa umidade", avalia Dilson.

O extensionista rural agropecuário da Emater/RS-Ascar Dagoberto Soares Antunes frisa nos últimos 60 dias a precipitação foi muito baixa no município e as lavouras da família Thom mantiveram o bom desenvolvimento. "Um dos grandes benefícios que o agricultor consegue devido a esse trabalho é aumentar a capacidade do solo em armazenar água. Tanto é que o milho das lavouras dele, que está em fase de maturação, não teve perdas significativas e vai colher praticamente a mesma quantidade da projeção inicial. Essa condição permite armazenar a água no solo por mais tempo, a palhada também evita a perda de umidade por evaporação e beneficia a cultura a não desenvolver de forma estressada. Isso é um ótimo ganho para a família, tendo uma safra praticamente normal", pondera.

A expectativa, mesmo com a estiagem, é que sejam colhidas 160 sacas por hectare do grão na propriedade. E, mesmo 60 dias sem o registro de chuvas significativas no município as lavouras apresentam boa formação dos grãos. "E com a chuva de hoje já recupera a umidade perdida", comenta Dilson ao se referir sobre a chuva registrada na segunda e terça-feira (13 e 14/12), que cumulou 35 milímetros em Vale do Sol.

Os agricultores que tiverem interesse em adotar práticas de recuperação e conservação do solo devem procurar os escritórios da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), nos seus respectivos municípios para obter orientações. "Vamos visitar a propriedade, analisar o histórico da lavoura, realizar a análise do solo e, com os resultados, tomar as ações necessárias. O sistema de conservação do solo é perene. Quanto mais tempo seguir o manejo, mais benefícios os agricultores terão e a menor necessidade de utilização de insumos. Mas, é importante frisar que cada lavoura deve ser analisada individualmente antes de iniciar o trabalho", observa Antunes.

Por: EMATER/RS

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