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16/07/2018
Nova doença do milho demanda cautela e pesquisas, apontam especialistas na cultura
Cautela e pesquisas. Essa é a síntese das conclusões que chegaram os mais de 100 técnicos, pesquisadores e produtores que participaram de reunião na tarde desta quinta-feira (12), em Londrina, para discutir a ocorrência da estria bacteriana em lavouras de milho no Paraná. O encontro foi promovido pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).Até agora desconhecida no Brasil, a doença, causada pela bactéria Xanthomonas vasicola pv. vasculorum, foi detectada em lavouras na região Oeste (municípios de Cafelândia, Corbélia, Nova Aurora, Palotina, Santa Tereza do Oeste, Toledo e Ubiratã), Centro-Oeste (Campo Mourão e Floresta) e Norte do Paraná (Londrina, Rolândia, Sertanópolis e Mandaguari).“É sem dúvida um problema grave, mas que deve ser tratado com critérios técnicos e sem comoção”, afirmou o diretor de pesquisas do Iapar, Tiago Pellini.Presente no encontro, Cezar Augusto Pian, representante do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), esclareceu que a entidade reconheceu a ocorrência do patógeno e está monitorando a situação das lavouras para delimitar sua distribuição e, eventualmente, subsidiar ações no campo legislativo.De acordo com o fitopatologista Adriano de Paiva Custódio, do Iapar, a estria bacteriana tem potencial para reduzir à metade a capacidade produtiva de cultivares altamente suscetíveis.CONTROLE – Doença de difícil controle por meio de agroquímicos, a resistência genética é apontada como a melhor estratégia para, no curto prazo, enfrentar o novo problema. A identificação das cultivares mais suscetíveis atualmente no mercado é a medida mais urgente a se tomar, segundo os participantes da reunião.Os representantes de cooperativas presentes informaram que já estão fazendo essa triagem, com base nas informações já disponíveis em seus centros de experimentação.O Iapar já desenvolve um trabalho de avaliação de cultivares nas duas safras de milho. “Estamos trabalhando também na perspectiva de incluir no projeto o estudo da estria bacteriana”, acrescentou Custódio.A pesquisa também será chamada para esclarecer os mecanismos envolvidos na disseminação da bactéria por meio das sementes, um ponto crucial e ainda não esclarecido, segundo os presentes na reunião.Também foi sugerida uma avaliação em âmbito nacional, por meio de parceria que deve ser estruturada com a Embrapa e as empresas obtentoras de cultivares.Já se sabe que a bactéria pode sobreviver de uma safra para outra na palhada, em restos de culturas e em outras plantas hospedeiras que podem funcionar como inóculo da doença – espécies invasoras ou cultivadas, como arroz, aveia e forrageiras. “São temas para a pesquisa, sobretudo em nossa região, onde a produção é intensiva e diversificada, com duas e até três safras por ano”, acrescenta Custódio.Outro ponto que deve merecer estudos é a relação da doença com o clima. “Ao contrário da Argentina e Estados Unidos, onde a doença também está presente, no Brasil há condições de umidade e temperatura favoráveis à bactéria ao longo de todo o ano, e precisamos entender melhor o comportamento da bactéria em função das chuvas”, explicou o pesquisador Rui Pereira Leite, do Iapar.Com tantas questões ainda em aberto, a recomendação para a próxima safra é que os produtores usem sementes idôneas e mantenham permanente contato com a assistência técnica.Fonte: Agrolink
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